Jornalista, ator e apaixonado por cinema, Ravi Arrabal já participou de três videoclipes do nosso projeto. Foi ator em dois trabalhos, é co roteirista de "Maria das Quimeras" mas no set, Ravi faz de tudo para que a ideia decole. Vamos curtir este bate papo relâmpago com ele.
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Ravi Arrabal no Set de filmagem do videoclipe "Maria das Quimeras". |
Cine
Clipe - Ravi, fico curioso em saber qual é, de fato, a relação que a tua
geração tem com o cinema enquanto arte e linguagem, fale um pouco disso!
Ravi Arrabal - A minha
geração, pelo menos a nascida após 85, tem uma relação muito intensa com o
cinema. Nós vimos crescer o advento das babás eletrônicas, e muitos de nós
fomos criados de olho na tela de tv acompanhando, mesmo que por osmose, todas
as (re)-evolucões digitais. Enquanto arte temos o cinema como um espelhamento
de nossas relações cotidianas, quando muitos se vêem nos personagens ali na
tela, ora adotando para si, gostos, gestos, trejeitos, vícios, falas.
Enquanto linguagem, nos
apropriamos de seu caráter não linear, cortes secos, mudança de planos e ação.
Muita ação. Seja nas relações não lineares via redes sociais, seja na constante
busca por diversos estímulos. O cinema trouxe para nós um mundo compartilhado,
baseado em simulações.
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Trabalho em equipe é a marca registrada de Ravi Arrabal. |
CC – Fala um pouco da tua experiência com o audiovisual.
RA - Comecei ainda quando
criança, brincando com câmeras vhs, s-vhs. Eu e o Mainhard gastávamos nossas
tardes fazendo pequenos filmes simplistas, e também em casa fazendo truques de
mágica com meus irmãos (tudo baseado no stop-and-go da câmera). Também por
fazer teatro, sempre estive muito ligado e interessado em artes dramáticas,
buscando conhecer e ler de tudo um pouco. Com o passar dos anos, fui me aprimorando
sensível e tecnicamente, até que surgiu a vontade/necessidade de começar a
praticar aquela até então brincadeira com um pouco mais de seriedade. Mesmo que
só um pouco. Hoje em dia tenho tido oportunidade de por em prática todas essas
questões sensíveis, e junto à parcerias fundamentais, construir um pouco
da história do cinema de Cabo Frio.
CC – Fale um pouco do panorama cinematográfico de Cabo Frio, na tua
opinião, ouve progresso ou retrocesso?
RA - A cidade está passando
por um momento interessantíssimo, com o surgimento recente de diversos grupos e
amantes do cinema, que estão buscando explorar diversas linguagens,
especialmente no âmbito dos curta-metragens. Especialmente por conta da
popularização das ferramentas, como câmeras digitais, ilhas de edição caseiras.
À partir daí, muitos por iniciativa pessoal, começaram individualmente a dar os
seus primeiros passos. Nesses últimos 7 anos, o surgimento do Taberna Filmes,
do Os Treze, do projeto Cinema Possível, os cineclubes organizados pela TRIBAL
(Cinetribal), mais a chegada de outros cursos e oficinas de cinema (Oficina
Tela Brasil e Humano Mar) tem impulsionado e divulgado ainda mais esse
"cinema novo" cabofriense!
CC – Quem são ou
foram seus filmes e cineastas preferidos?
RA – Sou bem eclético no
gostar. Desde o bruto neorealismo italiano do Ettore Scola ao realismo
fantástico do Tim Burton. Mas dentre os diretores que mais admiro e me
influenciam estão Woody Allen, Federico Fellini, Terry Gilliam, Quentin
Tarantino, Luis Buñuel e Akira Kurosawa. Uma salada de referências díspares.
CC – Você fez um videoclipe como ator, “Para Fazer um Bom Café” da cantora
Mako Brasil e agora está participando do segundo videoclipe como ator e
montador e já está montando o terceiro videoclipe pelo Projeto Cinema Possível,
fale um pouco dessa experiência.
RA - Participar de um projeto de videoclipe é uma experiência diferente das que já
participei. É mais dinâmico e já que no caso o recurso do som direto não é
utilizado, gera mais liberdade pro diretor orientar a cena durante o processo de
filmagem. Quase um retorno ao cinema mudo. O mais interessante foi poder me
aproximar do método do Cinema Possível e contribuir com minhas ideias, esse
fator da liberdade para mim é fundamental.
CC - Agora, com as novas tecnologias
disponíveis, o que você recomendaria à garotada que gosta de audiovisual?
RA - Faça cinema!!! Aproveite a facilidade que a tecnologia está dispondo para nós.
Junte uns amigos, escreva um roteiro e faça acontecer! E repita, e repita e
repita! Só a prática vai te dar mecanismo para superar as dificuldades e deixar
seu trabalho com mais primor.
CM – Quem é Ravi Arrabal
por Ravi Arrabal?
RA -
E aqui dentro, bem pra dentro
onde em meu ser figura o âmago, o centro
reconheço mil figuras
distintas, variadas
que quando bem equilibradas
me denotam num instante:
sendo tudo isso, eu,
posso ser do mundo, tudo
desde o homem mais correto
ao sujeito mais imundo.
Veja os videoclipes que Ravi Arrabal fez pelo projeto Cinema Possível:
Maquing of "Maria das Quimeras" - 2013
Os Vícios Teus - 2013
Maquing of - Os Vícios Teus - 2013
Para Fazer um Bom Café - 2012
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